29º Triathlon Internacional de Santos 2020
, Santos/SP
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POWERS e colaboradores (2000) cita que quando realizamos uma atividade física e aumentamos a intensidade do exercício ( velocidade da corrida, por exemplo), os níveis sangüíneos de ácido láctico começam a se elevar de forma exponencial. Quando um pesquisador colhe uma amostra de sangue de um indivíduo que está se exercitando, a concentração de ácido láctico na amostra é a diferença entre a quantidade de ácido láctico que entra no sangue e a taxa de remoção de ácido láctico do sangue. Em qualquer momento durante o exercício, alguns músculos estão produzindo ácido láctico e liberando-o no sangue, enquanto alguns tecidos ( fígado, músculos esqueléticos, coração, etc.) o estão removendo. Por conseguinte, a concentração de ácido láctico no sangue em determinado momento pode ser expressa matematicamente da seguinte maneira: POWERS e colaboradores ( 2000)
CONCENTRAÇÃO ENTRADA DE REMOÇÃO DE SANGÜÍNEA DE = ÁCIDO LÁCTICO - ÁCIDO LÁCTICO ÁCIDO LÁCTICO NO SANGUE DO SANGUE
O ponto onde ocorre um aumento considerável de ácido láctico no sangue é chamado limiar de lactato ou limiar anaeróbio para alguns pesquisadores. Isso quer dizer que, a partir desse ponto começa a ocorrer o desequilíbrio entre produção e remoção do lactato (a velocidade com que o lactato é produzido no metabolismo é maior do que a velocidade de remoção do mesmo). Muitos profissionais da área da Educação Física, utilizam testes para identificar o limiar de lactato, com o objetivo mensurar a capacidade aeróbia de atletas como: nadadores, ciclistas, corredores e triatletas, com o objetivo de identificar uma intensidade ideal de treinamento e competição sem queda de rendimento.
BILLAT (1996) demonstra que a mensuração do lactato sangüíneo pode ser usado por técnicos para a predição da performance durante o exercício. Ainda cita que o limiar anaeróbio ( ou limiar de lactato) define a intensidade do exercício, velocidade, e fração do consumo máximo de O2 ( capacidade aeróbia), concentração fixa de lactato (4mmol/l) e a máxima fase estável do lactato. Essas palavras podem estar parecendo estranhas mas vamos detalhar melhor:
STEGMANN e colaboradores. (1981), elucidaram que o limiar anaeróbico anteriormente era considerado um valor fixo de 4 mmol/l de lactato, não respeitando uma cinética individual da concentração de lactato sangüíneo, pois, em seu estudo, foi encontrada uma variação individual muito grande da máxima fase estável do lactato, variando de 1,5 a 7,0 mmol/l, onde propuseram um protocolo para identificar o limiar de lactato de forma individualizada e, este protocolo recebeu o nome de limiar individual de lactato, sua sigla em inglês é IAT ( individual anaerobic threshold).
Com o passar dos anos este protocolo sofreu várias modificações mas, sempre com o objetivo de identificar o limiar de lactato de forma individualizada.
Existe em grande quantidade na literatura, muitas afirmações de que o limiar individual de lactato, seria a máxima intensidade de exercício sem perda de rendimento que pode ser sustentada por até 50 minutos. Mas de que forma podemos utilizar esses testes para identificar o limiar individual de lactato em provas de longa duração como a maratona onde o tempo de prova pode variar de 2 horas e alguns minutos até 5 horas dependendo do nível do atleta; e as provas de triathlon que varia de 1 hora ( short triathlon), até mais de 13 horas como o IRON MAN por exemplo?
Com uma variedade de técnicas utilizadas para se determinar o limiar anaeróbio, muita cautela tem de ser tomada durante a interpretação dos resultados que com os diferentes protocolos pode-se chegar a uma variedade de respostas durante os testes.
Mais ainda, é essencial analisar a importância das respostas individuais em cada exercício. CHRISTOPHER e colaboradores (1993).
Espero Ter esclarecido uma pouco sobre a utilização do lactato em atletas, e na próxima edição estaremos discutindo o treinamento de atletas de longa duração.
BIBLIOGRAFIA
BILLAT V. Use of Blood Lactate Measurements for Prediction of Exercise Performance and for Control of Training. Recommendations for Long-Distance Running. Sports Medicine, v.22, p.157-175, 1996.
CHRISTOPHER, E. R., LOAT, RHODES, E. R. Relationship Between the Lactate and Ventilatory Thresholds During Prolonged Exercise. Sports Medicine, v. 15, n° 2, p. 104-115, 1993.
POWERS, SCOTT K. & HOWLEY, EDWARD T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 3O edição, Manole, São Paulo, 2000.
STEGMANN, H., KINDERMANN, W., SCHNABEL, A . Lactate Kinetics and individual anaerobic threshold. International Journal Sports Medicine, v:2, p.160-165, 1981.
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