29º Triathlon Internacional de Santos 2020
, Santos/SP
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A grande maioria dos atletas de alto nível e de praticantes de musculação acreditam que mais treinamento sempre produz melhora dos resultados esperados. E este treinamento intenso e com bastante volume durante um período prolongado pode levar a um declínio do desempenho tanto psicológico quanto fisiológico - condição essa denominada de síndrome do sobretreinamento.
Segundo WILMORE (2001), apesar das causas da quebra no desempenho não sejam totalmente compreendidas, o sobretreinamento freqüentemente parece estar associado aos períodos de excesso de treinamento. Quando a carga de treinamento é muito intensa ou o volume de treinamento ultrapassa a capacidade do corpo de recuperação e de adaptação, o organismo apresenta mais catabolismo (degradação) do que anabolismo (acúmulo).
É claro que em casos como o treinamento intenso realizado de forma consciente, como em atletas de alto nível podem levar a fadiga e, mesmo assim não chega a ser classificado como sobretreinamento (ou overtraining). Pois esses atletas constantemente treinam próximos de seus limites fisiológicos em algum período específico do treinamento, mas estão bem alimentados, descansados, suplementando de uma forma correta, nada que um ou dois dias de descanso e uma dieta rica em carboidratos não resolva.
Mas quando alguns sintomas de fadiga ocorrer como um cansaço intenso, fraqueza, sem estímulo para treinar, e você deixar de treinar alguns dias e mesmo assim, alguns sintomas como os descritos acima não desaparecerem....CUIDADO, VOCÊ PODE ESTAR SOFRENDO DA SÍNDROME DO SUPERTREINAMENTO (OU OVERTRAINING)!!
Então se você teve uma queda abrupta do rendimento atlético você pode ter certeza que seu treinamento tem algo errado. E isto é muito grave, quando levamos em consideração que esta percepção é subjetiva e é somente identificável apenas após ter havido comprometimento do desempenho do indivíduo. WILMORE (2001) cita algo muito importante sobre esse assunto: "os sintomas da síndrome do sobretreinamento são altamente particularizados e subjetivos, de modo que não podem ser compreendidos de maneira universal. A presença de vários sintomas é suficiente para alertar o técnico ou o treinador de que um atleta poderia estar apresentando sinais de treinamento excessivo."
Estão incluídos entre outros sintomas da síndrome do supertreinamento:
Pressão arterial elevada;
Diminuição do apetite e perda de peso corporal;
Resfriados e reações alérgicas;
Náuseas ocasionais;
Insônia;
Freqüência cardíaca de repouso alterada.
Muitos autores ainda citam que o desejo de vencer, o medo do fracasso, os objetivos elevados não realistas e outras expectativas podem ser fontes de um estresse emocional intolerável, ou seja, toda tensão psicológica que o atleta sofre ao longo de toda a temporada competitiva pode levar a uma perda do desejo de competir e uma perda do entusiasmo pelo treinamento.
É importante salientar que os fatores fisiológicos responsáveis pelos efeitos prejudiciais do supertreinamento não são completamente compreendidos, ainda existe a necessidade de mais estudos para entender essa síndrome que acomete muitos atletas de alto nível e praticantes de atividades físicas que treinam demasiadamente achando que quanto mais se treinar maior será o seu rendimento.
McARDLE e colaboradores (2003) citam que a periodização apropriada do treinamento contribui de maneira significativa para prevenir a síndrome de sobretreinamento. Mais especificamente, os técnicos e atletas terão que proporcionar uma recuperação adequada durante os ciclos de treinamento mais intenso. Salienta ainda que a nutrição torna-se particularmente importante durante o treinamento árduo, devendo ser enfatizado especialmente o reabastecimento de glicogênio (tempo de recuperação suficiente com a suplementação de carboidratos dietéticos) e a reidratação.
BIBLIOGRAFIA:
McARDLE, W. D., KATCH, F. I., KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 5 Ed., 2003.
WILMORE, J. H., COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. São Paulo, Ed. Manole, 2ª Ed., 2001.
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