Com o crescimento significativo que vemos do número de praticantes de corrida no mundo todo, seja ela de qualquer espécie, é necessário que os atletas estejam por dentro de todas as técnicas disponíveis no setor fisioterápico para prevenção e tratamento de lesões, bem como melhora de desempenho.

           Recentemente foi desenvolvida um novo conceito bastante eficiente nestes itens: o Stretching Global Ativo, conhecido como SGA, bastante novo no Brasil e aplicado pelos profissionais da Equipe Fisio Run. Trata-se de uma técnica de alongamento global usado especialmente para praticantes de atividade física. São exercícios que visam o próprio gesto esportivo como foco principal do trabalho a ser realizado. O SGA funciona como o RPG (Reeducação Postural Global), porém de forma especializada e individualizada ao atleta.

           A técnica serve como um trabalho preventivo e curativo de lesões e se difere dos alongamentos convencionais por utilizar a respiração como base fundamental do trabalho, ter um maior aproveitamento do tempo de alongamento (no SGA o comprimento obtido no stretching é diretamente proporcional ao tempo de tração), além de ser um trabalho global realizado pelas cadeias musculares, que leva em consideração aspectos musculares do esporte.

           Os princípios do SGA são: melhorar a amplitude do movimento; elevar a qualidade elástica dos músculos que efetuam as movimentações e flexibilizar as compensações locais ou a distância ligadas ao movimento. Os benefícios são vários, dentre os quais podemos citar a melhora na compreensão da biomecânica do gesto esportivo (visando o desempenho), o alongamento que permite um melhor desempenho das contrações musculares para executar o movimento. O SGA também permite facilidade global do movimento a curto prazo e diminui os riscos de desequilíbrios corporais à longo prazo.

O SGA E A CORRIDA
           Esta técnica, que trabalha muito a flexibilização dos movimentos de flexão e extensão de quadril, é muito eficiente para os atletas de corrida, uma vez que melhora a qualidade das passadas, proporcionando maior freqüência e espaço entre elas, elevando assim o desempenho dos corredores.

           Em sua maioria, os atletas de corrida utilizam continuamente os isquiotibiais (musculatura posterior da coxa), o que contrai a cadeia posterior, colocando a bacia para trás. É uma desvantagem para um bom desempenho do passo posterior. Segundo o autor Norbert Grau, uma passada contraída chega a perder por volta de 20cm entre o começo e o fim de uma corrida. Desta forma, músculos flexíveis, trabalhados de forma específica para corrida por meio do SGA, proporcionam um melhor desempenho ao atleta durante as provas.

           Outro ponto importante trabalhado nesta técnica é a respeito dos joelhos. A fixação correta deles no momento da passada, bem como o correto apoio dos pés são fundamentais para uma boa performance na corrida.

           Tipos de exercícios utilizados por meio do SGA: 

• alongamento da cadeia musculares envolvidas nas passadas;
• alongamento dos músculos que permitem a fase de impulsão;
• alongamento músculos que permitem uma correta fixação do joelho;
• alongamento músculos que promovam a melhora da pisada.

Benefícios das posturas trabalhadas por meio do SGA:

• melhora na amplitude do membro que funciona como apoio anterior (músculos: isquiotibiais, poplíteo e adutores posteriores);
• melhora na amplitude do membro que termina o impulso (músculos: quadríceps e adutores anteriores);
• melhora na ligação entre esses dois apoios;
• melhorar na fase de impulso.

           O SGA pode ser realizado em consultórios, em sessões individuais ou em grupos (dependendo de cada caso), com freqüência semanal. Entretanto, a indicação é que esta técnica seja levada para o dia a dia e para os treinos de corrida. Desta forma, os treinadores poderão orientar o atleta de uma maneira mais ampla, analisando sua postura e suas compensações.